A semente do TASA plantada em terras da lusofonia
Na maravilhosa Ilha de São Nicolau, brilha a “morabeza” das gentes. As cores da plantas e frutas, o verde das montanhas, o azul da costa que nos envolve… O sorriso das pessoas que é dado do coração, sem demais razão para acontecer…
Foi este o cenário de uma jornada, tão intensa como inesquecível, de colaboração da equipa do TASA com artesãos, instituições e todas as pessoas que nos acolherem, contaram as suas histórias e deram a experimentar as suas tradições.
Tudo começou pelo convite da SN -Turismo que nos deu a oportunidade de colaborar numa Ação para a Valorização das Artes e Ofícios de São Nicolau, no âmbito do programa da Cooperação do Luxemburgo com a parceria das Câmaras Municipais da Ribeira Brava e do Tarrafal. Esta intervenção implicava três fases que iriam ocorrer de Setembro a Dezembro de 2019.
O desafio foi o de criar as condições de base para a valorização das artes e ofícios locais, através da conceção de soluções ajustadas à realidade e que introduzissem inovação na atividade artesanal.
Os resultados, que detalhamos mais à frente, incluem a criação de uma coleção de produtos inovadores, a constituição de uma marca de artesanato para São Nicolau e de uma rede de artesãos que irá funcionar na lógica do TASA. Além destes resultados, estabeleceu-se um plano de intervenção com medidas de curto e médio prazo, consensualizado com os artesãos e entidades responsáveis, cujas medidas se destinam a contribuir para a valorização e promoção do artesanato desta Ilha do arquipélago de Cabo Verde.
A primeira fase – levantamento e experimentação
A primeira fase de intervenção correspondeu à primeira deslocação a São Nicolau e realizou-se de 14 a 21 de Setembro de 2019. O programa incluiu visitas às oficinas dos artesãos para inventariação de técnicas, materiais, artefactos e equipamentos envolvidos no processo de produção. Passou pela recolha de elementos sobre a história do artesão e percurso realizado na atividade, assim como identificação das estratégias comerciais utilizadas e dos constrangimentos existentes. Apoiou-se também no levantamento (e experimentação) de estratégias de valorização/inovação a incorporar, que permitissem desenvolver novos produtos, reforçar as vendas e a atração de novos artesãos.
Além destas sessões individuais com os artesãos, a equipa fez visitas de reconhecimento no terreno para conhecer as tradições locais associadas às práticas agrícolas e gastronómicas, assim como as características do património natural e cultural da região.
A observação no terreno, o contato com as comunidades e as sessões com os artesãos, serviram de suporte para a elaboração de um diagnóstico sobre as Artes e Ofícios de São Nicolau e, consequentemente, de um plano de medidas com vista à valorização deste setor.
A segunda fase – caracterização, diagnóstico, medidas e projeto de design
A segunda fase consistiu na caraterização da atividade artesanal de São Nicolau, na sistematização dos problemas identificados e elaboração das propostas de intervenção (entre elas os novos produtos).
A caracterização e diagnóstico sobre o setor da atividade artesanal de São Nicolau permitiu reunir o levantamento de todos os artesãos, ofícios, técnicas, recursos relacionados com a atividade artesanal, analisar a estratégia comercial adotada pelo artesãos e instituições e também identificar os recursos existentes relevantes para a valorização/promoção da atividade e produtos artesanais. O documento elencou os constrangimentos existentes e as necessidades a colmatar. Os problemas e necessidades foram hierarquizados numa Árvore de Problemas que, por sua vez, deu origem a um Quadro de Medidas associando cada problema às soluções mais adequadas para o resolver.
Foi também nesta fase que foram concebidos os desenhos/propostas para onze produtos de design a trabalhar com os artesãos locais.
A terceira fase – prototipagem, sessões com os artesãos e apresentação de resultados
A segunda deslocação a São Nicolau por parte da equipa aconteceu de 6 a 20 de Novembro de 2019 e foi nesta altura que se discutiram, testaram e prototiparam os novos produtos em colaboração com os artesãos envolvidos na sua conceção.
O trabalho esteve focado no desenvolvimento dos produtos, na sua apresentação à comunidade e na validação de uma estratégia e ações junto dos artesãos, entre as quais a criação de uma marca do artesanato de São Nicolau e a constituição de uma rede de artesãos.
Os projetos foram, no geral, bem acolhidos pelos artesãos que canalizaram todo o seu empenho para encontrar as soluções mais ajustadas no sentido de materializar as ideias.
No total, dos onze projetos concebidos, foram apresentados na exposição final nove protótipos.
As sessões de trabalho com os artesãos serviram também como catalisadores da introdução de processos e abordagens criativas pelo artesão. Quando convidados a contactar com outras ideias, formas e mesmo possibilidades de utilização de materiais, os artesãos revelaram-se de uma enorme abertura e disposição para a mudança. Por exemplo, os carpinteiros admitiram que irão passar a recorrer mais às madeiras locais pois ficaram entusiasmados com as suas potencialidades. A mesma disposição aconteceu com as costureiras que perceberam como a introdução de elementos autorais relacionados com os elementos locais pode criar mais valor e distinção nas suas criações.
A exposição dos produtos aconteceu no dia 16 de Novembro na vila da Ribeira Brava no momento em que os participantes do “Meet Up” (Festival de Caminhadas de São Nicolau) chegavam das caminhadas. Realizou-se durante a edição “modelo” da Feira de Artesanato de São Nicolau e reuniu à sua volta uma afluência assinalável de visitantes e pessoas interessadas em conhecer os novos produtos.
Através dos comentários foi possível perceber que os residentes (e os próprios artesãos) se identificaram muito com as peças, reconhecendo nela a história e cultura da sua terra. Os visitantes estrangeiros revelaram muito interesse nas peças e muitos foram os que questionaram sobre o modo de adquiri-las.
No final deste processo, realizou-se uma sessão de debate e momento criativo com os artesãos envolvidos nos projetos e outros com que não foi possível colaborar, com vista a discutir e validar o modelo de funcionamento da marca/nova coleção de produtos, assim como das futuras medidas/ações a realizar.
Como resultado, ficou acordada a criação de uma marca “chapéu” – intitulada “Saniclau Artesanat” – para integrar os produtos que passa a estar na propriedade da SN Turismo. Os artesãos envolvidos na produção farão parte de uma Rede de Artesãos associada à Marca. Serão estes a definir os preços dos seus trabalhos, que devem ser calculados de acordo com o trabalho implicado e material gasto, e é a SN Turismo que fará a gestão da produção, pagamentos aos artesãos e toda a gestão comercial. Os artesãos serão sempre identificados nos produtos e ações de promoção e a Marca/Rede irá integrando novos produtos e artesãos, sempre que for oportuno e possível. Este é, em resumo, o modelo de funcionamento da rede TASA.
Os artesãos que participaram mostram-se também na disposição de adotar o modelo da Feira de Artesanato de São Nicolau criado durante esta ação de capacitação e evento do “Meetup” e elaborar uma programação anual da mesma. Para tal, decidiram criar uma Associação de Artesãos destinada a promover o setor.
Tradição das artes e ofícios locais
No contacto com os artesãos e com as pessoas mais velhas residentes nas comunidades rurais, constatou-se que os artefactos e, consequentemente, os ofícios tradicionais estão intimamente ligados ao património gastronómico da região, às práticas agrícolas e piscatórias, rituais e hábitos alimentares do povo. Aliás, esta relação direta é uma realidade que se verifica em relação às artes populares de outras geografias e culturas no contexto internacional.
Ancestralmente, eram utilizados os materiais locais para produzir os artefactos que respondiam às necessidades quotidianas das gentes. Pelo que se apurou, a grande maioria dos artefactos era produzida localmente com os recursos existentes e os saberes transmitidos de geração em geração, se bem que outros seriam oriundos de outras ilhas ou mesmo de Portugal, que foi o país colonizador (desde o século XV a 1975).
A tradição gastronómica da ilha centra-se no recurso aos produtos hortícolas, à fruta, ao peixe, marisco, aos cereais transformados em farinhas e à carne (essencialmente, borrego e cabra), cujo uso era regrado.
As panelas e tachos utilizados para cozinhar eram feitos sobretudo em ferro ou latão. Utilizava-se a pedra e madeira para fazer o “pilão” da farinha, materiais vegetais como o coqueiro, a bananeira, a cana e a barnadeira e o sisal para tecer esteiras e cestaria diversa.
Além destes artefactos relacionados com os hábitos alimentares e economia rural/piscatória, eram (e ainda são) produzidos os tambores com madeira e pele de cabra, instrumentos de percussão que fazem parte das tradições festivas da Ilha.
Atualmente, o tipo de artesanato produzido na Ilha pode ser genericamente classificado em artesanato criativo, artesanato tradicional e pequena indústria artesanal.
O artesanato criativo reúne uma nova vaga de artesãos mais jovens que recorre em grande medida a materiais reciclados e cria peças de autor, de decoração, bijuteria, vestuário e utilitários. Dedica-se a elaborar peças feitas com cabedal, madeiras, latas, conchas ou tecidos.
No artesanato tradicional é possível encontrar diversos cestos e objetos feitos com base nas técnicas de cestaria e tecelagem com fibras vegetais. Na Ilha existe apenas um cesteiro que desenvolve este ofício como atividade principal. Enquadra-se neste âmbito também as rendas e bordados que têm uma grande representação, sobretudo, pelas mulheres da Ilha que os praticam na grande maioria como atividade complementar. Existem também algumas pessoas que fazem trabalhos com corda de sisal e brinquedos tradicionais com madeira.
Possivelmente devido ao isolamento decorrente da sua geografia, a Ilha de São Nicolau mantém ativas várias oficinas ou indústrias ainda em moldes muito artesanais dedicadas à carpintaria, marcenaria, ferraria e ainda transformação de produtos agro-alimentares.
Alguns dos artesãos estão mobilizados para os trabalhos de criação dos grupos carnavalescos (como costureiras e construtores de tambores).
Uma vez que não existe um mercado significativo para este tipo de artesanato, sobretudo no que toca ao artesanato tradicional e ao criativo, os artesãos desenvolvem a sua atividade como uma ocupação de tempo ou então com complemento ao seu rendimento/ atividade profissional.
O artesanato produzido em São Nicolau é essencialmente comercializado em circuitos de proximidade, junto de familiares, vizinhos e comunidade imigrante. Verifica-se a sazonalidade das vendas, uma vez que ocorrem em grande medida nos períodos que coincidem com a chegada dos imigrantes (Julho-Agosto), assim como nos calendários festivos (Carnaval e Festas Joaninas).
A produção e comercialização de carpinteiros, ferreiros e profissionais e outros ofícios é totalmente direcionada para encomendas no âmbito de trabalhos da construção civil, que está em expansão na Ilha.
São Nicolau dispõe de abundantes recursos naturais associados à sua riqueza paisagística e cultural. Desde logo, as fibras vegetais, as madeiras, as peles de animais, os frutos, as plantas… Revela também saberes acumulados de utilização desses mesmos recursos, ainda que se verifique um declínio bastante acentuado destas práticas e um iminente risco de interrupção da sua transmissão para as gerações mais novas. Aqui, como em grande parte do mundo, urge garantir que a cadeia de transmissão desde saberes artesanais ligados ao património cultural não seja interrompida.
Os produtos de design com artesanato
Os produtos criados refletem o trabalho de investigação e desenvolvimento de soluções de design para a criação de 6 a 10 protótipos produtos no conceito de “souvenir” para o mercado turístico da Ilha de São Nicolau, no arquipélago de Cabo Verde.
O objetivo em vista foi o de revitalizar, estimular e inovar o sector das artes tradicionais da ilha.
Estes novos produtos introduzem uma linguagem contemporânea e inovadora que potencia o seu valor comercial.
O ponto de partida deste processo foi o trabalho com os artesãos locais no sentido de conceber produtos diversificados dirigidos ao mercado do turismo, elaborados maioritariamente com materiais locais, retomando, desse modo, as práticas ancestrais que contribuem em muito para o caráter distintivo do artesanato local, assim como para modelos de produção e consumo integrados na agenda global da sustentabilidade.
A proposta para os novos produtos apresentou-se em duas coleções inspiradas na zona rural/montanha e na orla costeira: Coleção “Nha Terra” e Coleção “Nha Mar”. Essas coleções acabam por organizar os núcleos de residência dos artesãos propostos para conceber as peças: Zona da Ribeira Brava e zona do Tarrafal.
Foram identificadas tonalidades e elementos iconográficos associados às zonas de imaginário que estão na base de cada uma das coleções.
Considerou-se essencial que os novos produtos fossem produzidos com os materiais da região, ou de proximidade, não só pelas preocupações ecológicas inerentes como também pela dificuldade de acesso a matérias importadas, questão identificada aquando do diagnóstico.
Outro aspeto orientador da conceção dos novos produtos, foi o recurso a técnicas já dominadas pelos artesãos de maneira a simplificar ao máximo o processo de produção.
Privilegiou-se a possibilidade de os projetos trazerem mais-valias através da combinação das técnicas, artesãos e também de produtos.
Estes são os nove produtos que resultaram de uma intervenção cujo sucesso se deve em grande medida à extrema motivação e disponibilidade dos artesãos.
“Tambuleiro”
O “Tambuleiro” é um produto que faz conjunto com as bases de copos, utilizando a mesma linguagem estética e materiais. Neste produto recorre-se à técnica dos tambores tradicionais e aos moldes dos tambores, utilizando apenas o anel e duas superfícies de pele. No anel são aparafusadas 2 ou 3 pegas de ferro forjado pintado com as cores do imaginário da coleção “Nha Terra”. A peça é oca e aberta na base. A lateral externa pode ser gravada e/ou queimada com motivos da coleção “Nha Terra”.
ARTESÃOS: Arnaldo Martins + Carlos da Cruz
MATERIAIS: Madeira + Pele de cabra + Chapa de alumínio
DESIGN: Proactivetur/Projecto TASA – Joana Cabrita Martins
Caixa Saboneteira
A caixa é feita com a técnica da “tecelagem” em barnadeira, uma planta autóctone que se encontra um pouco por toda a região. Representa a arte mais antiga de São Nicolau e o único local em todo o arquipélago de Cabo Verde onde se produziam os famosos “balaios”. A base da caixa mantém as varas por aparar, invocando a “beleza inacabada” da ilha, ao mesmo tempo que a eleva. Uma tampa de madeira encaixa-se no topo da caixa e o seu interior guarda um precioso sabonete artesanal. A tampa pode ser pintada, gravada e/ou queimada com motivos do imaginário da coleção “Nha Terra”.
ARTESÃOS: Arnaldo Martins + Miguel Fortes
MATERIAIS: Barnaderia + Madeira
DESIGN: Proactivetur/Projecto TASA – Joana Cabrita Martins
Conjunto de várias floreiras de pequena dimensão que podem ser vendidas individualmente ou em conjunto. Cada peça deve vir acompanhada de um saquinho de tecido com sementes de plantas da Ilha, como a malagueta, o milho, a ervilha ou a papaia. Um souvenir que contém a essência da terra de São Nicolau. Este produto é elaborado com a técnica da cestaria em barnadeira, e os ofícios da carpintaria e da serralharia.
ARTESÃOS Miguel Fortes + Arnaldo Martins + Carlos da Cruz
MATERIAIS: Barnadeira + Madeira + Ferro forjado
DESIGN: Proactivetur/Projecto TASA – Joana Cabrita Martins
Saco de Verde
O Saco de Verde, funciona como embalagem tanto para sementes como para os sabonetes. Embora possa ser vendido individualmente, atinge o seu maior potencial se vendido em conjunto com a “caixa saboneteira” e com as “floreiras”. Nesta bolsa é aplicada a técnica da costura e do bordado, arte a que se dedicam várias mulheres na Ilha. Utiliza tecido de algodão, planta que se pode encontrar ao longo da Ilha de São Nicolau, ainda que já não se pratique a tecelagem. Os motivos bordados remetem para o conteúdo de cada bolsa (sabonete de babosa, sementes de papaia…).
ARTESÃOS: Ana Paula Fonseca + Eugénia Ramos
MATERIAIS: Pano cru + Linha de algodão
DESIGN: Proactivetur/Projecto TASA – Joana Cabrita Martins
Bandeja Rabo de Atum e Barco & Celha
A Bandeja Rabo de Atum é uma peça destinada a transportar comida e bebida, como as “bafas” (aperitivos), o pequeno-almoço, lanche… Esta peça concebida em madeira, esculpida e gravada, é inspirada no mar, mais concretamente, no seu rei, o atum, cujo rabo tantas vezes é exibido como troféu.
O Barco e a Celha funcionam como peças individuais ou em conjunto. São utensílios para servir “bafas” (aperitivos), peixe frito, batata doce, mandioca, pão. A celha é uma réplica em miniatura dos recipientes utilizados antigamente na indústria conserveira e nas lides domésticas, e que foram atualmente substituídas pelos alguidares de plástico. A bandeja configura a perspetiva dos cascos dos barcos, vista de baixo.
Ambas as peças são produzidas com as antigas técnicas da carpintaria naval. São compostas por ripas de madeira unidas por outras ripas e, no caso do topo da celha, por galhos de arbustos do local.
ARTESÃOS: Adilson Cabral
MATERIAIS: Madeira
DESIGN: Proactivetur/Projecto TASA – Joana Cabrita Martins
Mala-Saco “Canastra”
A Canastra é um saco de compras ou uma mala de mão. Busca no mar – nos peixes, nas redes de pesca e canastras – a sua forma, cores e composição. É preparada em 3 partes: o tecido com “panu di terra”, a malha feita com a agulha de tecer as redes de pesca e as asas em madeira esculpida.
ARTESÃOS: Adilson Cabral + Eugénia Ramos
MATERIAIS: Madeira + Panu di Terra + Fio de algodão
DESIGN: Proactivetur/Projecto TASA – Joana Cabrita Martins
O futuro passa por uma estratégia articulada de promoção do ecoturismo
A paisagem e gentes deste lugar, a sua cultura muita rica e singular, oferecem, sem dúvida, um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo de natureza e turismo cultural. O trabalho que está a ser desenvolvido no sentido da criação de infraestruturas e programas para atração de operadores turísticos, permite perspetivar uma oportunidade enorme para a valorização das artes e ofícios, não só por via da comercialização de produtos artesanais como também pela possibilidade de realização de experiências de turismo criativo envolvendo os artesãos locais.
A valorização do artesanato de São Nicolau depende em grande medida de uma estratégia de atração de turistas no segmento do ecoturismo, para o qual a Ilha apresenta uma enorme vocação.
Tal como acontece noutras geografias e contextos, o artesanato acaba por ser mais apreciado pelos turistas do que pelos residentes, uma vez que transporta em si a cultura do local e serve o propósito de lembrança da viagem realizada.
O foco das ações poderá ser, nesta medida, centrado no turismo, como forma de aumentar a produção e venda de peças de artesanato. Focado nos turistas que a Ilha recebe, mas também no mercado turístico das outras Ilhas e de fora.
A nova coleção de produtos retoma a relação que os artefactos artesanais sempre tiveram com as práticas culturais e da economia de subsistência que caracterizam a região. A enorme riqueza da gastronomia local, paisagem, fauna, flora e património cultural, é assim valorizada, tanto nos produtos artesanais como nas experiências turísticas que se está a desenvolver.
Verifica-se que estas ações de valorização do artesanato têm um importante efeito demonstrativo e de atração dos jovens que podem ver nestas atividades um potencial de realização pessoal e profissional.
Esperamos que as sementes que o Projecto TASA deixou nesta inesquecível Ilha de Cabo Verde – nomeadamente a criação de uma marca identitária do artesanato de São Nicolau que integra a nova coleção de produtos e a constituição de uma rede de artesãos disponíveis para colaborar – venham a dar os frutos necessários para o desenvolvimento deste setor.
Nota final:
Esta intervenção está articulada com a iniciativa “Nha Caminhe” – Saniclau Trails, no qual a Proactivetur tem vindo a colaborar.
O nosso profundo agradecimento a todos, especialmente à excelente equipa de artesãos e à Joana Cabrita Martins que estabeleceu, de forma excelente, o diálogo entre o design e o artesanato que tanto defendemos!