Artes tradicionais e design – uma relação inovadora
Falar da relação entre artesanato e design é falar de diálogo, de encontro de gerações, de aprendizagem mútua, de desafio, de humildade, e por via desta comunicação profícua, de inovação.
Quando o designer concebe uma peça, ele vai à raiz das artes tradicionais, da sua história, dos seus usos, e do ambiente que a envolve. O artesanato não é apenas um recurso para uma aplicação. Ele é matéria criativa e ao mesmo tempo espaço para a disrupção, onde irrompe outra linguagem com a qual se transmutará, sem que se perca a sua essência. Daí a inovação e ainda aí a tradição. É um diálogo de tempos que se ouve logo no lápis do designer.
Quando o artesão olha para o desenho que lhe é proposto e o designer lhe explica o que imaginou, começam a construir um lugar novo. Primeiro, a compreensão da ideia, onde opera o senso prático. Segundo, o desafio, a vontade de experimentar algo completamente novo. Ainda que na mente veja a possibilidade da mão executar, é preciso que o artesão o queira fazer, porque é tempo que tem de investir em várias tentativas até chegar à solução. E ao longo do diálogo, ensaia-se a humildade, para uma mútua compreensão, do que é possível, do que é melhor, do que é diferente. Nesta relação não há o que ensina e o que aprende. Há duas pessoas que aprendem com esta troca. Há um lugar que as duas construíram e no qual nasce um objeto, agora sim, inovador.
A criação dos objetos TASA é feita através da colaboração de designers que são convidados para trabalhar numa peça específica, ou que participam num horizonte de tempo mais largo na criação de linhas de produtos e coleções. O projeto recebe também propostas espontâneas de arquitetos e designers, e organiza residências criativas.